domingo, 17 de janeiro de 2010

Vóz de anjo.


Por dias encarava o teto a procura de algo que me chamasse a atenção. Na verdade a única coisa que consegui foi encontrar meu eu em branco e cinza no mofo da parede. Eu levantava e perambulava pelo quarto esperando o dia amanhecer, era quando lembrava de tudo o que haviam me dito pouco antes do início do show. " Você sabe que não irá terminar com isso, não temos tempo a perder". Lágrimas surgiam quentes em meus olhos cor de mel. Lágrimas de tristeza por saber que não era digna nem do respeito de um amigo. Um amigo que não quis nem olhar nos meus olhos depois disso. Um amigo? Fechei os olhos e virei-me para a esquerda, abracei meu ursinho de dormir e pensei em meu anjo. Meu anjinho... meu anjinho magro, alto, de cabelos cachiados, de óculos. Anjo Gabriel? Seus abraços me confortam, me protegem e me ajudam a superar tudo. Quando me abraça eu sinto a vibração de suas cordas vocais e seu diafrágma a me dizerem coisas bonitas. E isso faz tudo passar. Não é nada pessoal, mas vou deixar me envolver.

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