domingo, 15 de agosto de 2010

Análise Pessoal - Um silêncio em três partes.

Estranho como um livro pode mudar o que você pensa sobre si mesmo. Levei anos construindo uma reputação de quem não se importava com o que os outros pensam mas que na verdade se importa profundamente. Por me importar faço com que as pessoas pensem o que quero que elas pensem. E assim me vejo como Kvothe. Se você nunca leu um livro que marcou ou que mudou seus pensamentos não entenderá.
Fazendo uma análise profunda de meu provavel livro favorito posso analizar a mim mesma por partes. "O nome do vento" é o livro, escrito por Patrick Rothfuss. Me fez mudar completamente meu pensamento sobre ruivos, idade média e magia assim como seres magníficos.
Kvothe era um garoto comum que fazia parte de uma trupe, mas por traz de seu eu teatral sempre se escondeu uma inteligência e uma curiozidade insaciavel. Ele era feliz, amava seus pais e seus amigos tanto quandto eles o amavam, mas o destruir dessa família pelo fogo azul fez com que ele se perdesse completamente de seu eu verdadeiro, o escondendo atraz da máscara de um eu fictício. Sem ninguém, ele poderia ser o que quisesse, embora ele preferisse não ser ninguém.
A história é o mais próximo que eu posso chegar de uma interpretação do meu eu real. Algo que o prende do começo ao fim.
Mesmo tendo levado 6 meses inteiros para criar a coragem necessária para terminar de le-lo, esse foi simplismente o melhor livro que já li. Não importam as críticas e os críticos negativos, foi o melhor porque mudou minha maneira de ver o mundo.
"Bast hesitou, lutando para encontrar as palavras que buscava - Sabe, há uma ligação fundamental entre ser e parecer. Qualquer fadinha sabe disso desde pequena, mas vocês, mortais, nunca parecem enchergar. Nós entendemos o quanto uma máscara pode ser perigosa. Todos nos transformamos naquilo que fingimos ser.
O cronista relaxou um pouco sentindo-se em terreno conhecido.
- Isso é psicologia elementar. Se a gente veste um mendigo com roupas finas, as pessoas o tratam como nobre e ele corresponde às suas expectativas.
- Essa é só a parte menor. A verdade é mais profunda. É... - Bast atrapalhou-se por um momento. - É como se todo mundo contasse uma história sobre si mesmo dentro da própria cabeça. Sempre. O tempo todo. Essa história faz o sujeito ser quem é. Nós nos construimos a partir dessas histórias."
Não espero que alguém entenda o que eu penso, espero apenas passar um pensamento adiante. A história de um garoto que se tornou herói e depois se perdeu dentro de uma máscara comum de um hospedeiro faz com que a tragetória até sua tranformação em um homem tenha um toque dramático especial.
O livro termina inacabado como um gancho para continuação, que é improvável mas não impossível, esse final dá a Kvothe uma nova chance, para um homem simples "Kote" que se perde dentro de si mesmo a voltar a ser "Kvothe" o herói apaixonante que descobriu o nome do vento. Ou apenas deixa-lo voltar a sua rotina depressiva e monótona apenas esperando seu próprio fim, a morte.

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